quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Governo dos 12

Governo dos 12 ou Visão 12 ou G12 ou ainda grupo dos 12 é um controvertido movimento religioso que teve seu surgimento no meio evangélico neopentecostal, cujo principal objetivo é o de promover o crescimento da igreja.
Segundo os adeptos, o G12 busca a evangelização, ou seja, ganhar vidas para Deus, cumprindo com o mandamento do Senhor: Ide por todo mundo e pregai o evangelho a toda criatura, usando como estratégia as células, pequeno grupos de oração e estudo da Bíblia. Uma outra prática do G12 é a de trabalhar o discipulado nas células, fundamentado no versículo Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo - Mateus 28.19.

Origem
O movimento G12 foi criado pelo pastor colombiano César Castellanos Domínguez, da Missão Carismática Internacional (MCI).
Castellanos iniciou seu movimento em 1983, inspirado no modelo de igreja em células do pastor sul-coreano David (Paul) Yonggi Cho da "Igreja do Evangelho Pleno". Com esse projeto deu-se início ao MCI. Castellanos afirma, então, ter recebido uma revelação proféticadiretamente de Deus, em 1991, em resposta à sua oração em prol do crescimento de sua igreja, devido o movimento inicial não ter obtido o êxito esperado.
Em seu livro "Sonhas e Ganharás o Mundo" Castellanos esclarece: "Em 1991, sentimos que se aproximava um maior crescimento, mas algo impedia que o mesmo ocorresse em todas as dimensões. Estando em um dos meus prolongados períodos de oração, pedindo a direção de Deus para algumas decisões, clamando por uma estratégia que ajudasse na frutificação das setenta células que tínhamos até então, recebi a extraordinária revelação do modelo dos doze. Deus me tirou o véu. Foi então que tive a clareza do modelo que agora revoluciona o mundo quanto ao conceito mais eficaz para a multiplicação da igreja: os doze. Nesta ocasião, ouvi o Senhor dizendo-me: vais reproduzir a visão que tenho te dado em doze homens, e estes devem faze-lo em outros doze, e este, por sua vez, em outros doze.”.

Sistemática
De acordo com a visão de Castellanos, a igreja deve ser subdividida em grupos, denominados 'células'. As células se reunem nas casas, onde se realizam reuniões de estudo bíblico e oração, sob a coordenação de um líder. O objetivo da célula é o crescimento e a multiplicação. Assim que a célula atinge a meta de 24 membros é dividida em duas células de 12 membros, e assim por diante. Algumas igrejas utilizam outros números de membros para a multiplicação. Porém, a idéia é a mesma.

Segundo Catellanos: "...o princípio dos doze é um revolucionário modelo de liderança que consiste em que a cabeça de um ministério seleciona doze pessoas para reproduzir seu caráter e autoridade neles para desenvolver a visão da igreja, facilitando assim a multiplicação; essas doze pessoas selecionam a outras doze, e estas a outras doze, para fazer com elas o mesmo que o líder fez em suas vidas"[2].

Dessa forma, a visão, como costuma ser chamado o G12, é tratada como uma estratégia para frutificação rápida e eficaz da igreja, através da qual o evangelismo é sistematizado. É muito comum que algumas igrejas, adeptas do G12, estabeleçam metas de crescimento de modo a incentivar a multiplicação das células.

Segundo seus idealizadores, o G12 possui quatro etapas principais:

Ganhar: Ocorre quanto um novo membro é convidado e começa a participar das reuniões na célula
Consolidar: O membro participa ativamente das reuniões na célula e deve ir para o Encontro,retiro espiritual
Treinar: Após o Encontro o participante recebe treinamento para liderar células
Enviar: O novo líder está pronto para assumir uma célula.

Há porém várias versões para modelo de igrejas em células: o G12 colombiano,M12 de Renê e o G12 renovado da igreja Sara Nossa Terra e outras.

Encontro
Os Encontros fazem parte da estratégia de consolidação. São retiros, normalmente de três dias, realizados com os membros das células. Para participar é necessário passar pelas reuniões de pré-encontro, onde os participantes recebem instruções sobre a visão e a estrutura da igreja em células. Após o retiro também são realizadas reuniões pós-Encontro.
De acordo com Castellanos: "É a primeira experiência de confrontação cara a cara com Deus, consigo mesmo e com as demais pessoas, que o motivará a refletir no seu viver diário e a projetar-se com paz e segurança em Jesus Cristo para o futuro. O encontro é uma experiência genuína com Jesus Cristo, com a Pessoa do Espírito Santo e com as Sagradas Escrituras, no qual, mediante conferências, seminários, vídeos e auto-exame se leva o novo convertido ao arrependimento, libertação de ataduras e cura interior. O propósito é dar orientação clara, à luz das Sagradas Escrituras, ao recém convertido, sobre seu passado, presente e futuro com Jesus Cristo, mediante ministrações a nível pessoal e de grupo... Desta maneira, o novo crente é preparado para desenvolver uma relação íntima com o Senhor, facilitando-lhe o aprendizado da oração, leitura da Palavra e o conhecimento da visão..."

É comum, em alguns casos, antes do Encontro o participante já ter passado pelo batismo nas águas, mas geralmente isso acontece após o encontro, quando o participante já alcançou certo nível de conciência de arrependimento de pecado, requisito primordial para a realização do Batismo.
Após o Encontro o membro da célula passa por um treinamento para se tornar líder. Esse curso dura de 3 a 6 meses e tem por objetivo formar o membro para conduzir as reuniões nas células. Quando um líder tem várias células sob seus cuidados ele recebe outros títulos, comosupervisor ou coordenador.

Críticas
O Movimento G12 tem gerado grandes discussões no meio evangélico brasileiro, devido à sua conotação neo-pentecostal. Bem recebido e implantado por algumas igrejas e totalmente rejeitado em outras.
A principal crítica ao movimento é com relação às doutrinas que os opositores alegam estar 'embutidas' no G12. Muitas dessas doutrinas não são aceitas pelas denominações tradicionais e pentecostais clássicas, tais como: batalha espiritual, quebra de maldições, cobertura espiritual, atos proféticos -- que envolvem até sacrifícios de animais --, cura interior, etc. Há algumas críticas também pelo fato de haver uma suposta sessão de regressão na qual o participante do encontro faz o seu "renascimento".
Certos teólogos e espiritualístas, porém, consideram o G12 inapropriado por sua grande semelhança com certos cultos do paganismo, tais similitudes estando mais evidentes durante os Encontros.

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