segunda-feira, 6 de outubro de 2014
Estudo da Semana: O que é ser Ungido?
Hoje está na moda nos meios religiosos o uso de palavras
como unção, ungir, ungido. Apesar das pessoas estarem
falando por aí a respeito dessa “unção”, creio que poucos
sabem exatamente o que significam essas palavras.
Nesse estudo espero mostrar de forma simples o que
é cada uma delas.
O que significa unção, ungir e ungido?
A unção é a consequência direta do ato de ungir. No Antigo
Testamento era muito comum derramar azeite
(um símbolo visível) sobre a cabeça de uma pessoa com
o objetivo de consagrá-la, santificá-la para um serviço especial.
Isso era ungir a pessoa. Consequentemente, se a pessoa
fosse fiel a Deus, seria e permaneceria cheia da unção
do Senhor, seria um ungido.
Profetas, reis e sacerdotes eram as pessoas mais comumente
ungidas, pois tinham serviços especiais a realizar diante de
Deus e da nação:
“A Jeú, filho de Ninsi, ungirás rei sobre Israel e também Eliseu,
filho de Safate, de Abel-Meolá, ungirás profeta em teu lugar.”
(1Rs 19.16)
“Tomou Samuel o chifre do azeite e o ungiu no meio de
seus irmãos; e, daquele dia em diante, o Espírito do SENHOR
se apossou de Davi. Então, Samuel se levantou
e foi para Ramá.” (1Sm 16. 13)
“Também ungirás Arão e seus filhos e os consagrarás
para que me oficiem como sacerdotes.” (Ex 30. 30)
Vemos também que no Antigo Testamento se ungiam objetos
que teriam um uso sagrado. Era uma espécie de unção
especial com um óleo especial que só era usado para esse fim.
“E tomarás o óleo da unção, e ungirás o tabernáculo
e tudo o que nele está, e o consagrarás com todos os
seus pertences; e será santo.” (Ex 40. 9)
É costume das igrejas ainda hoje ungir pessoas e objetos,
porém, creio que, após Jesus Cristo, a principal unção
que devemos buscar é aquela que Deus nos dá através
do seu Espírito.
“Quanto a vós outros, a unção que dele recebestes
permanece em vós, e não tendes necessidade de que
alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina
a respeito de todas as coisas, e é verdadeira, e não é falsa,
permanecei nele, como também ela vos ensinou.” (1Jo 2. 27)
Algumas “unções” citadas na modernidade que, segundo
alguns dizem, são manifestações do Espírito de Deus, tais como,
unção do riso, unção do leão, unção da casa própria, unção de
Abraão, unção do cair no Espírito, etc., são estranhas ao que
a Bíblia chama de unção. Muitas são manifestações carnais
e sem qualquer embasamento bíblico.
O que é ser ungido hoje?
Há várias passagens na Bíblia onde aparecem expressões
iguais ou semelhantes ao versículo abaixo:
A ninguém permitiu que os oprimisse; antes, por amor deles,
repreendeu a reis, dizendo: Não toqueis nos meus ungidos,
nem maltrateis os meus profetas (1Cr 16:21-22; cf. Sl 105:15).
Todavia, a passagem mais conhecida é aquela em que Davi,
sendo pressionado pelos seus homens para aproveitar
a oportunidade de tocar em Saul na caverna, respondeu:
"O Senhor me guarde de que eu faça tal coisa ao meu senhor,
isto é, que eu estenda a mão contra ele [Saul],
pois é o ungido do Senhor" (1Sm 24:6).
Esta relutância de Davi de agir e tocar em Saul por ser ele o
ungido do Senhor tem sido interpretado por muitos evangélicos
como um princípio bíblico referente aos pastores e líderes
a ser observado em nossos dias, nas igrejas cristãs. Para eles,
uma vez que os pastores, bispos e apóstolos são os ungidos
do Senhor, não se pode levantar a mão contra eles, isto é,
não se pode acusa-los, contraditá-los, questioná-los, criticá-los
e muito menos mover-se qualquer ação contrária a eles.
A unção do Senhor funcionaria como uma espécie de proteção
e imunidade pastoral dada por Deus aos seus ungidos.
Ir contra eles seria ir contra o próprio Deus.
Mas, será que é isto mesmo que a Bíblia ensina?
A expressão “ungido do Senhor” usada na Bíblia em referência
aos reis de Israel se deve ao fato de que os mesmos eram
oficialmente escolhidos e designados por Deus para ocupar
o cargo mediante a unção feita por um juiz ou profeta.
Na ocasião, era derramado óleo sobre sua cabeça para
separá-lo para o cargo. Foi o que Samuel fez com Saul
(1Sam 10:1) e depois com Davi (1Sam 16:13).
A razão pela qual Davi não queria tocar Saul era porque
reconhecia que ele, mesmo de forma indigna, ocupava
um cargo designado por Deus. Davi não queria ser culpado
de condenar aquele que havia recebido a unção real.
Mas, o que não se pode ignorar é que este respeito pela vida
do rei não impediu Davi de confrontar Saul e acusá-lo
de injustiça e perversidade em persegui-lo sem causa
(1Sam 24:15). Davi não iria destroná-lo, mas invocou a Deus
como juiz contra Saul, diante de todo o exército de Israel,
e pediu abertamente a Deus que castigasse Saul, (1Sam 24:12).
Davi também dizia a seus aliados que a hora de Saul estava
por chegar, quando o próprio Deus haveria de julga-lo
por seus pecados (1Sam 26:9-10).
O Salmo 18 é atribuído a Davi, que o teria composto
“no dia em que o Senhor o livrou de todos os seus inimigos
e das mãos de Saul”. Não podemos ter plena certeza
da veracidade deste cabeçalho, mas existe a grande
possibilidade de que reflita o exato momento histórico
em que foi composto. Sendo assim, o que vemos é Davi
compondo um salmo de gratidão a Deus por tê-lo livrado
do “homem violento” (Sl 18:48).
Em resumo, Davi não queria ser aquele que haveria de tocar
o ímpio rei Saul pelo fato do mesmo ter sido ungido com óleo
pelo profeta Samuel para ser rei de Israel. Isto, todavia,
não impediu Davi de enfrentá-lo, confrontá-lo, invocar o juízo
e a justiça de Deus contra ele, e entregá-lo nas mãos
do Senhor para que ao seu tempo o castigasse devidamente
por seus pecados.
O que não entendo é como, então, alguém pode tomar
a história de Davi se recusando a tocar em Saul, por ser
o ungido do Senhor, como base para este estranho conceito
de que não se pode questionar, confrontar, contraditar,
discordar e mesmo enfrentar com firmeza pessoas
que ocupam posição de autoridade nas igrejas quando
os mesmos se tornam repreensíveis na doutrina e na prática.
Davi não queria agir com as próprias mãos, mas usou
suas palavras pra questionar Saul de suas atitudes erradas.
Não há dúvida que nossos líderes espirituais merecem
todo nosso respeito e confiança, e que devemos acatar
a autoridade deles – enquanto, é claro, eles estiverem
submissos à Palavra de Deus, pregando a verdade
e andando de maneira digna, honesta e verdadeira.
Quando se tornam repreensíveis, devem ser corrigidos
e admoestados. Paulo orienta Timóteo da seguinte maneira,
no caso de presbíteros (bispos/pastores) que errarem:
"Não aceites denúncia contra presbítero, senão exclusivamente
sob o depoimento de duas ou três testemunhas. Quanto aos
que vivem no pecado, repreende-os na presença de todos,
para que também os demais temam" (1Tim 5:19-20).
Os “que vivem no pecado”, pelo contexto, é uma referência
aos presbíteros mencionados no versículo anterior.
Os mesmos devem ser repreendidos publicamente.
Mas, o que impressiona mesmo é a seguinte constatação.
Nunca os apóstolos de Jesus Cristo apelaram para a
“imunidade da unção” quando foram acusados, perseguidos
e vilipendiados pelos próprios crentes. O melhor exemplo
é o do próprio apóstolo Paulo, ungido por Deus para ser
apóstolo dos gentios. Quantos sofrimentos ele não passou
às mãos dos crentes da igreja de Corinto, seus próprios
filhos na fé! Reproduzo apenas uma passagem de sua
primeira carta a eles, onde ele revela toda a ironia, veneno,
maldade e sarcasmo com que os coríntios o tratavam:
"Já estais fartos, já estais ricos; chegastes a reinar sem nós;
sim, tomara reinásseis para que também nós viéssemos
a reinar convosco.Porque a mim me parece que Deus
nos pôs a nós, os apóstolos, em último lugar, como se
fôssemos condenados à morte; porque nos tornamos
espetáculo ao mundo, tanto a anjos, como a homens.
Nós somos loucos por causa de Cristo, e vós, sábios
em Cristo; nós, fracos, e vós, fortes; vós, nobres, e nós,
desprezíveis.Até à presente hora, sofremos fome, e sede,
e nudez; e somos esbofeteados, e não temos morada certa,
e nos afadigamos, trabalhando com as nossas próprias mãos.
Quando somos injuriados, bendizemos; quando perseguidos,
suportamos; quando caluniados, procuramos conciliação;
até agora, temos chegado a ser considerados lixo do mundo,
escória de todos.Não vos escrevo estas coisas para vos
envergonhar; pelo contrário, para vos admoestar como
a filhos meus amados. Porque, ainda que tivésseis milhares
de preceptores em Cristo, não teríeis, contudo, muitos pais;
pois eu, pelo evangelho, vos gerei em Cristo Jesus.
Admoesto-vos, portanto, a que sejais meus imitadores"
(1Cor 4:8-17).
Por que é que eu não encontro nesta queixa de Paulo
a repreensão, “como vocês ousam se levantar contra
o ungido do Senhor?” Homens de Deus, os verdadeiros
ungidos por Ele para o trabalho pastoral, não respondem
às discordâncias, críticas e questionamentos calando
a boca das ovelhas com “não me toque que sou ungido do
Senhor,” mas com trabalho, argumentos, verdade e sinceridade.
“Não toque no ungido do Senhor” é apelação de quem não
tem nem argumento e nem exemplo para dar como resposta.
Quem usa desses argumentos já está fora da visão de Cristo.
Pior ainda são os falsos que procuram colocar medo, pavor e
culpa nas pessoas dizendo que Deus vai matar e vingar.
Que se opor aos seus pecados e as suas praticas erradas.
No meu entendimento todo crente fiel é ungido do Senhor.
"E nos fez reis e sacerdotes para Deus e seu Pai; a ele glória
e poder para todo o sempre. Amém." (Apocalipse 1 : 6)
Hoje somos todos ungidos em Cristo.
É exatamente isso tudo que eu concordo e sempre digo! Glória
a Deus!!!!!! Não usemos a Palavra de Deus a nosso bel prazer!
Jesus desceu a lenha nos escribas e fariseus , Elias não ficou
calado diante do rei Acabe , Até um burro repreendeu
um profeta.
Pra Jesus todos somos ungidos, claro que não devemos
nos devorar uns aos outros,temos que nos ajudar e servir,
agora o que não se pode aceitar é alguém usando de um
titulo ou posição. achar que é maior ou superior, que está
acima do bem e do mal, e que tem imunidade pastoral.
Jesus deixa bem claro o que é tocar nos seus ungidos?
"Mas, qualquer que escandalizar um destes pequeninos,
que crêem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse
ao pescoço uma grande pedra de moinho, e se lhe atirasse
ao mar." (Mateus 18:6)
Ai daqueles que são colocados pra ser modelo e exemplo
e acabam sendo motivo de escândalo e tropeço para
os pequeninos(ungidos) de Jesus.
Então vigia, ora e se arrependa enquanto é tempo...
Ou ore e clame por aqueles que perderam a visão
e estão tentando usar da palavra pra validar seus
pecados e erros e pra calar os que não concordam
com a falta de santidade.
Seja fiel e serás um ungido do Senhor.
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