Movimento no cristianismo moderno que transcende as fronteiras denominacionais e confessionais, enfatizando a conformidade com as doutrinas básicas da fé e um alcance missionário de compaixão e urgência. Quem se identifica com este movimento é um "evangélico conservador" (ou "evangelical") que crê no evangelho de Jesus Cristo e o proclama. A palavra é derivada do substantivo grego euangelion, traduzido como boas-novas, notícias de alegria, sendo euangelizomai o verbo correspondente, que significa anunciar boas-novas ou proclamar como boas-novas. Estas palavras aparecem quase cem vezes no Novo Testamento e passaram para os idiomas modernos através do equivalente em latim, evangelium.
Desde a Reforma Protestante, a palavra tem sido adotada por certos grupos cristãos, que supõem que retornaram ao evangelho (ou Bíblia), em contraste com o sistema tradicional que se desenvolveu na Igreja Católica Romana. Na Alemanha, na Suíça e em alguns outros países a palavra passou a indicar o corpo geral das igrejas protestantes. Na Inglaterra, é empregada quase como sinônimo da Igreja Baixa (expressão que aponta para os membros de postura mais protestante e evangélica). Na atualidade, os evangélicos são aqueles grupos, essencialmente protestantes, que frisam a necessidade do evangelismo, da expiação mediante o sangue de Cristo, da regeneração, da crença nos elementos fundamentais do ensino bíblico. Usualmente, esses grupos apegam-se a esses documentos sagrados com a sua base de autoridade, rejeitando as tradições, os concílios, etc., como padrões de fé e prática. Assim, o evangelicalismo é muito mais do que um assentimento ortodoxo a determinados dogmas ou uma volta racionária aos costumes antigos. É a afirmação das crenças centrais do cristianismo histórico.
Embora o evangelicalismo seja geralmente considerado um fenômeno contemporâneo, o espírito evangélico sempre se manifestou no decurso da história eclesiástica. A igreja apostólica, os pais da igreja, os movimentos reformistas medievais, pregadores como Bernardo de Claraval, Pedro Waldo, John Wycliffe, John Huss e Savonarola se distinguiram dentro do evangelicalismo de tempos remotos. Dos mais recentes podemos citar: John e Charles Wesley, George Whitefield, os batistas, congregacionais e metodistas. No século XIX, surgiram Charles Spurgeon, George Williams, Hudson Taylor, Charles Finey, D. L. Moody, as cruzadas evangelísticas de Billy Graham, e outros. Com a "autoctonização" das organizações assistenciais e evangelísticas e o envio de missionários por grupos dentro dos próprios países do Terceiro Mundo, o evangelicalismo já obteve sua maioridade e é verdadeiramente um fenômeno global.
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