Adicionalmente, um grupo de igrejas de origem norte-americana referem-se a si mesmas especificamente como Restauracionista ou Movimento Restauracionista Stone-Campbell, sendo as principais denominações a Igrejas de Cristo, os Discípulos de Cristo e os Cristadelfianos.
Muitos adeptos da doutrina restauracionista não se identificam como protestantes, nem católicos ou ortodoxos, mas sim a igreja primitiva restaurada.
Grande Apostasia
A doutrina restauracionista prega que durante a história houve uma apostasia no Cristianismo. Para alguns, ocorreu em um período específico, como após a morte do último apóstolo de Cristo, ou o reinado de Constantino, enquanto para outros, como protestantes em geral, a apostasia se implantou gradativamente e a longo prazo durante os séculos da era cristã.
História da doutrina Restauracionista
A própria Reforma foi baseada em uma ideologia restauracionista. Bullinger defendia que as idéias dos reformadores não era novidade, mas sim doutrinas antigas a muito esquecidas ou corrompidas. Todavia, a reforma magisterial (Luteranismo, Calvinismo e Anglicanismo) via-se uma continuação do cristianismo histórico, aceitando a validade dos canônes dos primeiros concílios ecumênicos e a literatura patrística desde que estivessem de acordo com as Escrituras. O ideal era reformar a Igreja, rejeitando práticas e doutrinas corrompidas, mas manter práticas que, mesmo não estando presente na Bíblia, não estivesse em oposição a ela.
Diferente dos reformadores magisteriais e partindo a uma postura que primou ser chamada deReforma Radical os anabatistas, socinianos e schwelkenfelders rejeitaram qualquer necessidade de continuação histórica, mas sim restaurar suas perspectivas do cristianismo primivito. Para eles o ideal seria reconstruir a igreja primitiva, praticar somente o que fosse mencionado nas Escrituras, sem necessidade de aderir aos preceitos históricos dos concílios e literatura patrística.
Mesmo entre os reformadores radicais a doutrina restauracionista não foi muito popular, a partir do século XVII a perspectiva histórico-teológico preferida foi a da sucessão secreta ou marginal. Essa doutrina emergiu baseada em escritos de Thieleman que retratava os mártires do cristianismo e a perseguição dos anabatistas, e Arnold que argumentava que ao longo da história do cristianismo houve grupos marginais tão legítimos quanto as igrejas estabelecidas.
No século XIX houve uma ressurgência da doutrina restauracionista nos Estados Unidos e Inglaterra. Nesse último país o pastor presbiteriano Edward Irving proclamava uma restauração espiritual do cristianismo primitivo, enquanto John Nelson Darby e outros irmãos de Plymouth pretendiam restaurar um cristianismo simples e adenominacional.
Nessa época, durande o Segundo Grande Despertar nos Estados Unidos emergiu movimentos restauracionistas, primeiro na fronteira agrícola na região dos Apalaches, onde os Campbell e Barton Stone pregavam um cristianismo não-credal e sem barreiras denominacionais. Posteriormente movimentos como o Mormonismo, o Adventismo e as Testemunhas de Jeová procuravam restabelecer uma igreja visível e restaurada conforme novas perspectivas de seus líderes.
A Igreja Adventista do Sétimo Dia aceita que a autora Ellen White foi inspirada para transmitir orientações divinas que foram úteis para a restruturação da Igreja no final do século XIX.
As Testemunhas de Jeová creem que sua organização foi prevista na Bíblia como restauração da igreja primitiva para proclamar a mensagem original do cristianismo até a iminente volta de Jesus Cristo.
No entendimento dos mórmons, ou Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, a restauração abrange também o aspécto do sacerdócio ou autoridade eclesiástica, pois em sua crença, no início do século XIX, Moisés, Elias, João Batista, Pedro, Tiago, João e vários outros profetas, apóstolos e seres celestiais teriam vindo do céu e entregado o sacerdócio de Melquisedeque a Joseph Smith, que é o fundador da denominação e considerado um profeta, tendo seu um outro testamento além da Bíblia (Livro de Mórmon) como fonte de doutrina.
Quanto ao movimento pentecostal, possuía uma concepção restauracionista em sua origem e via o batismo no Espírito Santo, manifesto naglossolalia, como prova da restauração do cristianismo primitivo.
Pentecostalismo é um movimento religioso de dentro do Cristianismo avivalista, que coloca ênfase especial em uma experiência direta e pessoal de Deus através do Batismo no Espírito Santo.
O termo Pentecostal é derivado Pentecostes, um termo grego que descreve a festa judaica das semanas. Para os cristãos, este evento comemora a descida do Espírito Santo sobre os seguidores de Jesus Cristo, conforme descrito no Livro de Atos, Capítulo 2.
Pentecostais tendem a ver que seu movimento reflete o mesmo tipo de poder espiritual, estilo de adoração e ensinamentos que foram encontrados na Igreja primitiva. Por este motivo, alguns pentecostais também usam o termo Apostólica ou Evangelho Pleno para descrever seu movimento.
O pentecostalismo é um termo amplo que inclui uma vasta gama de diferentes perspectivas teológicas e organizacionais. Como resultado, não existe nenhuma organização central ou igreja que dirige o movimento. Os pentecostais podem ser inseridos em mais de um grupos cristão. No Brasil é comum os pentecostais se auto-identificarem com termo evangélico. O pentecostalismo é teológico e historicamente próximo do movimento carismático, uma vez que o influenciou significativamente, alguns pentecostais usam os dois termos indistintamente.