Presbiterianismo no Brasil
O surgimento do presbiterianismo no Brasil resultou do pioneirismo e desprendimento do Rev. Ashbel Green Simonton(1833-1867). Nascido em West Hanover, na Pensilvânia, Simonton estudou no colégio de Nova Jersey e inicialmente pensou em ser professor ou advogado. Alcançado por um avivamento em 1855, fez sua profissão de fé e pouco depois ingressou no Seminário de Princeton. Dois meses após a sua ordenação, embarcou para o Brasil, chegando ao Rio de Janeiro em 12 de agosto de 1859, aos 26 anos de idade. Em abril de 1860, Simonton dirigiu o seu primeiro culto em português; em janeiro de 1862, recebeu os primeiros membros, sendo fundada a Igreja Presbiteriana do Rio de Janeiro. Faleceu em 1867, aos 34 anos.
O trabalho missionário presbiteriano se desenvolveu e em 1888 foi formado o primeiro Sínodo, deixando a Igreja Presbiteriana do Brasil autônoma em relação à igreja-mãe nos Estados Unidos. Em 1903, por causa da questão maçônica e de problemas com as juntas missionárias americanas que interferiam no trabalho nacional, um grupo de sete pastores e 15 presbíteros se desligou da Igreja Presbiteriana, formando a Igreja Presbiteriana Independente do Brasil.
Apesar das divergências, as duas igrejas conservaram em sua essência a teologia e a forma de governo presbiteriano que se originaram comJoão Calvino.
O Presbiterianismo e o Avivamento Espiritual
Esse avivamento foi caracterizado por um intenso desejo de conhecer mais a palavra de Deus, por uma ênfase ao estudo da doutrina do Espírito Santo e por uma vontade cada vez mais crescente em se consagrar ao Senhor Jesus, através da oração, da pregação ardorosa do Evangelho e a separação das práticas mundanas.
Por volta de 1962 teve início na Igreja Presbiteriana do Brasil de Goiânia e congregações um movimento de renovação espiritual, levando-as a buscar o batismo com o Espírito Santo e a renovação espiritual. Quatro núcleos da Igreja Presbiteriana do Brasil foram alcançados pelo avivamento espiritual: eram os presbitérios de Cianorte, Brasil Central, São Paulo e Vitória. Esses grupos se tornaram expressivos, porém não tinham espaço na IPB. Alguns pastores e presbíteros foram disciplinados por aceitarem práticas pentecostais e esses presbitérios acabaram por se desligar da igreja, formando presbitérios isolados. Em 1968, após uma reunião em Cianorte, PR, sob a liderança do Rev. Jonathan Ferreira dos Santos, foi criada a Igreja Cristã Presbiteriana – ICP, reunindo majoritariamente os presbitérios de Cianorte e Brasil Central.
Na Igreja Presbiteriana Independente do Brasil o avivamento vinha desde os anos 1950 e possuía um grande entusiasta, o Rev. Azor Etz Rodrigues, pastor da igreja de Assis, SP. Os anos de 1960 também foram de intenso avivamento nas igrejas dos Estados do Paraná, Santa Catarina e São Paulo. Até 1967, os líderes do movimento eram o Rev. Jobel Cândido Venceslau, pastor em Campo Mourão, Paraná; o Rev.Abel Amaral Camargo, pastor titular da IPI de Assis e o Rev. Azor, pastor jubilado da IPI de Assis. Em junho de 1968, em uma reunião de pastores e presbíteros promovida pelo Sínodo Meridional da IPI, em Londrina, e com a presença do Rev. Antonio Elias, da IPB, muitos pastores tiveram uma experiência carismática, entre eles o Rev. Ner de Moura, pastor da IPI de Ponta Grossa, e o Rev. Palmiro Francisco de Andrade, pastor da IPI de Joinville e presidente do Sínodo. Em pouco tempo o movimento de renovação carismática havia ganho um grande espaço na IPIB, alcançando diversas igrejas, inclusive na região Nordeste do Brasil. Entretanto, os chamados "renovados" foram ficando sem ambiente dentro da denominação e logo surgiram as desavenças conciliares. Sem voz no órgão oficial da igreja, em janeiro de 1972, o Rev.Azor Etz Rodrigues juntamente com os reverendos Abel Amaral Camargo, Palmiro Francisco de Andrade e Nilton Tuller, fundam, em Assis, oJornal Aleluia. No final daquele mês, houve a reunião do Supremo Concílio em Brasília onde foi aprovada por unanimidade a resolução que dava poderes aos concílios menores para disciplinar os pastores e presbíteros que insistissem no movimento de renovação. Com isso, em 8 de julho de 1972, em Assis, foi fundada a Igreja Presbiteriana Independente Renovada do Brasil com 11 pastores (sendo 10 oriundos da IPIB) e 33 presbíteros. A primeira diretoria foi constituída pelas seguintes pessoas: Rev. Palmiro Francisco de Andrade, presidente; Rev. Abel Amaral Camargo, vice-presidente; presbítero Jamil Josepetti, primeiro secretário; presbítero Djalma Barbosa de Oliveira, segundo secretário e presbítero Jesus Gualda Peres, tesoureiro.
A união das duas igrejas
Em 10 de janeiro de 1975, em Maringá, PR, reuniram-se 34 pastores da IPIR e 25 da ICP para formalizarem a união e fundar a Igreja Presbiteriana Renovada do Brasil. Os pastores fundadores foram:
IPIR 1. Abel Amaral Camargo 2. Adolfo Neves 3. Altair Batista Linhares 4. Altair Monteiro da Silva 5. Alvino de Paula Neves 6. Antonio Ferreira Sobrinho 7. Ariovaldo Cardoso de Oliveira 8. Daniel Pereira de Almeida 9. Ernesto Swartele 10. Gérson Pereira 11. Gordon Chown 12. Idelfonso de Souza 13. Jair de Andrade 14. Jerson de Paula Neves 15. João Bernardino da Silva 16. João Maria Correia 17. Jobel Cândido Venceslau 18. Joel do Prado (Minas Gerais) 19. Joel do Prado (Paraná) 20. José Zaponi 21. Laércio Dias 22. Lauro Celso de Souza 23. Leonardo de Araújo 24. Luís Carlos Dal Bem 25. Manoel Messias Pereira 26. Natanael Antonio Palazin 27. Ner de Moura 28. Nilton Tuller 29. Osvaldo da Silva Borges 30. Otoniel Antonio de Sousa Filho 31. Palmiro Francisco de Andrade 32. Ronaldo Tavares 33. Walter Birseneck 34. Vicente Felipe de Souza
ICP 1. Abel Ferreira Cortes 2. Ananias Lobach 3. Celsino Marques de Azevedo 4. Dario José Caetano 5. Décio de Azevedo 6. Drumond de Oliveira Caixeta 7. Enoch Pereira Borges 8. Giezi Marques de Azevedo 9. João Luís da Silva 10. Joaquim Vidal de Ataídes 11. Joaz Eller Marques 12. Jonathan Ferreira dos Santos 13. José Berto de Araújo Neto 14. Leobino Lopes da Silva 15. Leopoldo Pereria da Mota 16. Nagipe Morais Amim 17. Otávio Paulino de Farias 18. Paulo de Oliveira Brasil 19. Renato de Paula Machado 20. Sebastião Ramiro dos Santos 21. Tetsuya Tokano 22. Valdir Zazonov 23. Wagner Teodoro da Silva 24. Walter Batista de Carvalho 25. Evangelista João Alves Veloso
Órgãos auxiliares
Seminário Presbiteriano Renovado de Cianorte - SPR-CNT.
Seminário Presbiteriano Renovado Brasil Central - SPR-BC.
Editora Aleluia
Missão Priscila e Áquila - MISPA
Estatística
1975 - A IPRB tinha, no momento de sua organização: 8.335 membros, 84 igrejas, 8 presbitérios, 59 pastores, 97 templos, um seminário e um jornal - o Aleluia.
? Em 31 de Dezembro de 2005 constavam em seu rol: 98.365 membros, 382 Igrejas, 41 presbitérios, 915 pastores, 1.167 templos, dois seminários, o Jornal Aleluia, um órgão de missões - a MISPA - e a Editora Aleluia.
Em 31 de Dezembro de 2008 constavam em seu rol:116.742 membros.
Em 12 de Novembro de 2009 constavam em seu rol:117.185 membros.
Sistema administrativo
A IPRB adota o sistema administrativo presbiteriano com as seguintes peculiaridades:
Administração local
a) As Igrejas têm como órgãos administrativos e deliberativos o seu Conselho e a sua Assembléia.
b) As Igrejas são autônomas na administração de seu patrimônio. (Os bens - templos, imóveis, etc - pertencem à Igreja local e não à denominação).
c) A Igreja local é filiada à denominação e jurisdicionada por um Presbitério.
Administração regional
Um grupo de Igrejas forma um Presbitério. Ao contrário da IPB e da IPIB, a IPRB não possui o sistema de sínodos.
Administração nacional
O órgão máximo é a Assembléía Geral, formada por todos os pastores e um representante de cada Igreja.
A Igreja tem duas diretorias: uma executiva e uma administrativa.
A Diretoria Executiva compõe-se de sete membros.
A Diretoria Administrativa é formada pelos componentes da Diretoria Executiva, por todos os Presidentes de Presbitério, pelos presidentes dos órgãos auxiliares, pelos diretores dos Seminários e pelos presidentes das Associações Beneficentes. É o sistema que substitui os sínodos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário